sexta-feira, 7 de dezembro de 2007


Há dentro de mim uma paisagem entre meio-dia e duas horas da tarde.

Aves pernaltas, os bicos mergulhados na água,entram e não neste lugar de memória,uma lagoa rasa com caniço na margem.

Habito nele, quando os desejos do corpo,a metafísica, exclamam:como és bonito!

Quero escrever-te até encontraronde segregas tanto sentimento.

Pensas em mim, teu meio-riso secretoatravessa mar e montanha,me sobressalta em arrepios,o amor sobre o natural

.O corpo é leve como a alma,os minerais voam como borboletas.Tudo deste lugar entre meio-dia e duas horas da tarde.

Adélia Prado

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